Por vezes Azedo, por vezes Doce mas sempre com gosto.

terça-feira, 26 de junho de 2007

Histórias reais - Conto colegial

Conto Colegial (2º Parte) - 26.06.07

Em grandes histórias de amor, nunca sabemos quando somos fisgados, não sabemos de onde vem, mesmo que preparados, e nem que forças fizeram a gente se ligar com outras pessoas. É apenas o amor. A professora entra e, seguindo as recomendações de seus alunos-cupidos, vai à prateleira de física e pega um livro de Hawking.

- Nunca pensei que pegaria um livro desses, se ele não chegar logo, eu vou dormir – pensou a professora de espanhol.

Enquanto isso, do outro lado do livraria entrava o professor de física, que não conhecia muito sobre poesia e precisou pedir ajuda, precisava de algum livro de poesias de Pablo Neruda, assim que encontrou ficou andando pela livraria sem ao menos mostrar qualquer interesse no que estava lendo. Ao passo que ela estava tranquila, sem grandes expectativas, ele estava muito ansioso, sabia que poderia acontecer qualquer coisa, o fato de não poder saber com que e com quem se está lidando o faz ter dores em sua barriga como quando era jovem e ia pela primeira vez para o colégio.

Já haviam passado uns cinco minutos e nenhum dos dois haviam visto o outro, a livraria não era imensa assim, a razão é que dois, apesarem de reagir distintamentes à esta situação, pareciam estar boicotando este encontro. O medo maior não era dar tudo errado, mas decepcionar seus alunos que dedicaram esta semana à este dia. A este “simples café”. Nenhum dos dois gostariam de voltar na próxima semana e dizer que tudo ocorreu contrário às suas vontades, preferiam não se ver do que encararem essa probabilidade.

A professora de espanhol decidiu ir na prateleira de livros de poesia para ver o que tinha de novo – ela estivera na parte de física durante o tempo, onde o professor não esperava encontrá-la – e enquanto caminhou em direção, ainda segurando aquele livro do Hawking, tropeçou em um rapaz que ela nem pode ver seu rosto. Os livros de ambos caíram. Logo depois, os dois foram pegar os livros para devolverem e então subiram seus olhos e seus olhares, do livro para as pernas, das pernas para as cinturas, das cinturas para os peitos, terminando nos rostos seguido de uma palavra que parecia estar ensaiada.

- Me desculpe – disseram os dois no mesmo momento.

- Este livro é teu, mil perdões, eu estava pensando em umas coisas e.... – percebeu que o livro era do Neruda, e naquele momento pensou “meu deus, é ele. Que péssima maneira de se começar um encontro” e seus olhos fitaram o professor, percebeu que ele era lindo, tinha uns olhos lindos e um olhar de tirar o fôlego.

O professor ao devolver o livro, percebeu toda história, o livro de física acusava que esse tropeção deles foi tramado pelos Deuses, a mulher por quem ele estava ansioso desde sua entrada na livraria estava na sua frente. Ela era linda, uma das coisas mais lindas que ele tinha visto em sua vida, era muito atraente e com um sorriso jovial, e sem muito o que dizer apenas falou:

- Olha, não é que você era o que os meus alunos disseram...- logo em seguida corou e não entendeu como saíram essas palavras.

Então se apresentaram, começaram conversar, um café extendera-se até o almoço, o almoço até café da tarde. As horas passaram muito rápido, não saberiam dizer sobre o que tinham falado durante esse tempo todo, falavam tentando encontrar semelhanças. E encontraram muitas, até o livro que ela escolheu era o seu predileto. Falaram sobre Bretch, Godard, Lênin, filmes latino-americanos e até mesmo sobre Hawking. Cada vez mais sentiam em seu interior que deveriam agradecer muito aos seus alunos por proporcionarem uma grande tarde aos dois. Realmente as coisas estavam dando muito certo.

***

Na segunda-feira, os alunos estavam na frente do colégio para esperarem a professora. Não conseguiriam aguêntar, ainda que apenas por poucos minutos. Queria de pronto todo relatório sobre o encontro e os resultados. Mas apenas uma cena e um gesto justificou tudo, não precisariam mais nada. No outro lado da rua, encontravam-se os dois professores, o professor de física e a professora de espanhol. Estavam de mãos dadas. Assim que viram esse gesto que literalmente valia mais que mil palavras, todos os cupidos disseram baixinho como que num sussuro e numa sincronia de causar inveja em muitas orquestras sinfônicas. “Missão cumprida”.

E assim, o livro do amor ganhou mais uma página na sua longa história.

4 comentários:

ana disse...

quando eu viver umg rnade amor quero q vc escreve desse jeito ai... tao poetico!!!!!
beijos

Anônimo disse...

Po Daniel .. mto legal ... história envolvente e relaxante!
Qdo escrever mais .. fala ae p eu ler hein!!!
bjosssss

Grica disse...

Nossa. Gostei, alguns pedaços eu provavelmente irei implicar, mas de um modo geral foi ótimo!
A segunda parte me pareceu mais interessante que a primeira, não sei se o fator "curiosidade" foi o que me deu esta impressão.

Gabriel Machado disse...

gostei muito da historia, parabens!

"história real"? algo do cp2? profa. d espanhol e prof. d sociologia? huahuahua

abraçao