Foto: Clara Grivicich
Eles dois caíram como duas folhas solitárias numa árvore em pleno outono, não havia mais esperanças de se sustentarem no galho da mentira, estavam apenas presos minimamente, o vento da verdade cortaria o elo entre essas folhas quase mortas e a árvore.
"Não há mais nada entre nós, né?"
"Apenas esse galho frágil e seco que ainda nos sustenta."
"É, mas logo ele se partirá e não mais teremos algo em comum."
"Você acha que nos salvaremos quando cairmos?"
"Não."
"E se ficarmos não sobreviveremos?"
"Também não"
"Então? Qual a diferença da escolha se teremos o mesmo fim?"
"A questão é que depende se morreremos presos à uma mentira que uma hora ou outra cairá, ou se nos jogamos logo, e morremos da maneira que quisermos: corajosos, derrotados mas de cabeça erguida."
E assim os dois caíram no final.
Por Daniel Figueiredo.
Por vezes Azedo, por vezes Doce mas sempre com gosto.
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2 comentários:
Uma metáfora perfeita pra vida moderna!!! Adorei!!!
Muito criativo e cheio de significado!!!
^^
bjks
Você o colocou aqui também! Vai no meu blog depois, to tentando reanimá-lo desse coma.
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