Por vezes Azedo, por vezes Doce mas sempre com gosto.

terça-feira, 19 de junho de 2007

Doçura da Tristeza (02.02.07)


E ela se desfez em lágrimas. O namorado olhou para ela e ficou triste por um momento, mas logo lembrou-se que deveria se manter alegre para poder ajudá-la, e finalmente disse:

“Amor, o que houve?”

“Não sei, estou triste, não sei o que acontece, não queria estar assim, estou sempre te aborrecendo com essas coisas minhas.”

“Claro que não meu amor, eu quero te ver alegre e por isso estou disposto sempre a te ajudar. Conte-me...”

“Não sei o que dizer, queria ficar melhor, queria poder sorrir hoje, te beijar e rir com você.”

“Mas o beijo na tristeza é mais doce, a doçura da tristeza”, e a beijou suavemente colando levemente seus lábios nos dela enquanto fechavam os olhos, e por um segundo se esqueceram o mundo. Depois se beijaram profundamente, como dois apaixonados que não se viam há tempos e agora se reencontram. Ao terminar sorriram um para o outro, e ela continou:

“Devo estar feia, muito feia com esse rosto cheio de lágrimas a cair em meu rosto, os olhos vermelhos de tanto afogarem as mágoas interiores”. E ela virou para o outro lado. “Não quero que me veja...nem tente”.

Ele tentou vê-la.

“Não, não. Estou feia.”

“Claro que não, você está linda, muito linda”, e ela virou para ele.

“Mas, estou triste.”

“Quem disse que a tristeza não é bela?”

E continuou

“Amor, sabia que ultimamente tenho narrado minha vida enquanto ando por aí?”

“Ah é? E como seria agora?”

“Eu diria: Eles se beijaram intensamente por um longo tempo, sentiriam muito mais por causa da sensibilidade da tristeza que pairava sobre eles, e depois eles fariam amor, seria a melhor vez de ambos.”

“Que estranho. Estando triste e chorando a gente chegar e fazer amor, e ainda por cima sentir que esta vez fosse a melhor”, e ele apenas sorriu para ela.

E fizeram amor. Foi a melhor vez de ambos, sentiram-se unidos por um laço mais forte que toda tristeza do mundo e puderam ter, por um momento, a sensação de que o mundo pertencia a ambos e que poderiam ser felizes para sempre.

Um comentário:

ana disse...

você percebe uma coisa que poucos conseguem, a tristeza pode ser bela... e se não fosse a tristeza quandos poemas deixariam d ser escritos.. quantas musicas... quantos momentos...
nao pare de escrever nao tah??
beijs